sexta-feira, 26 de março de 2010

Poesias para o povo brasileiro - Verbo crackear (Oswald de Andrade)

Eu empobreço de repente
Tu enriqueces por minha causa
Ele azula para o sertão
Nós entramos em concordata
Vós protestais por preferência
Eles escafedem a massa

Sê pirata
Sede trouxas

Abrindo o pala
Pessoal sarado

Oxalá que eu tivesse sabido que esse
Verbo era irregular

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Um sonho

Os ventos do sul gelam teu corpo nu e estático
Não é realidade, tudo é apenas um sonho
Talvez o pior deles, o mais letárgico
O mais melancólico, sombrio, o mais medonho...

Tudo foi verdade, um sonho, ou que terá sido?
Ilusões, pedaços de ebriedade; quero
Olhar para ti uma última vez e nunca mais
Quero abandonar-te na eternidade da morte
Mas esse peso, esse lamento na minh'alma
Impede-me de deixar-te partir em paz

Nos teus olhos vi a felicidade e sonhei
Com teus lábios, beijos e carícias; chorei
Por mim, por ti, por nossa tragédia; vivi
Como um desgraçado, como um mendigo; vi
No teu corpo virgem a escultura da deusa
No teu corpo frio vi um sonho que acabou.

André Luiz Abdalla Silveira

sábado, 24 de outubro de 2009

Paciência, por favor

É o que peço a quem gosta desse blog, os seus autores se encontram muito ocupados com seus estudos e, por enquanto, impossibilitados de postar outras poesias.

A partir de 14/11 estaremos "poetando" com mais frequencia.

Agradeço desde já a paciência

André L.

domingo, 28 de junho de 2009

Posso olhar em teus olhos e dizer eu te amo

Posso olhar em teus olhos e dizer eu te amo
Mas coragem falta,seria um engano
Posso beijar te e me perder no teu olhar
mas não seria o suficiente para você poder me amar

daria minha vida por uma troca de olhares
aqueles que se cruzam fechados,que saudade
Perderia minha vida buscando teu calor
mesmo sabendo que não gostas do meu amor

Queima brasa,queima e inflama
queima por alguem que nunca te ama!
Queima por um olhar que não te desengana!

E mata alguém que não tem coragem de arriscar por um olhar que só tende a desafiar

O vento carrega as folhas do chão

O vento carrega as folhas do chão
A chuva molha meu roto coração
Trovões não assustam almas sem fim
(mas)Que tragam ela de volta pra mim

Amar é pecado?que luta sem fim!
Teus gélidos lábios me tiram de mim!
eu sinto tua falta,pediria tua mão
Mas tu já se foi e levou meu coração

Arsênico,rum,bebidas,enfim
trariam ela de volta pra mim?

arsênico,rum bebidas pra mim
levem embora essas dores sem fim

sábado, 25 de abril de 2009

Hino nº 2 (Soneto a Literatura)

Digam para o grego e para o romano
Digam a Afrodite tudo o que sinto
Falem para Baco de nosso vinho
Falem de meu amor ao mundo profano

Diga a Virgílio e para Dirceu
Diga para Inês e para Marília
Digam para os homens que minha lida
 E meu propósito não pereceu

Cantai os sonetos d'Elmano e Camões
Cantai meu amor pela arte de escrever
Cortai da prosa insana os jargões

Cortai meus vícios... cortem o meu ser
Cortai meu tudo, cortem meus grilhões
Findai este mundo, finde o meu sofrer

André Luiz Abdalla Silveira

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Hino nº 1 (canto a Marília)

Quando o meu corpo no gélido leito
Descansar o seu derradeiro sono
Quero deitar-me em seu farto seio
Quero sonhar o melhor dos meus sonhos
Quero sonhar com você

Quero soonhar com as manhãs de sol
Quero sonhar com as manhãs contigo
Quero sonhar com as tardes de outono
Quero o seu beijo, seu corpo e sorriso
Quero viver com você

Preciso chamar às pressas, querida
Antes que o deus Hades leve você
Marília querida eu quero o mercê
De estar do teu lado toda a tua vida
Eu vivo de amor, Marília

André Luiz Abdalla Silveira